O desafio dos riscos climáticos

Edmilson Gama

Nos últimos anos, temos visto como as mudanças climáticas estão impactando a sociedade, se tornando um destaque em discussões em todo o mundo. Os acontecimentos como as tempestades, aquecimento global, secas, aumento dos níveis marítimos, furacões, derretimento de geleiras e terremotos infelizmente estão cada vez mais presentes no cotidiano da população mundial.

Sem dúvidas, este é um dos problemas mais urgentes e preocupantes enfrentados pela humanidade, pois um risco climático não representa só uma ameaça para o meio ambiente, mas também para a qualidade de vida, saúde, economia e segurança desta e das próximas gerações. E por falar em economia, estima-se que um desastre natural pode custar bilhões de dólares para a infraestrutura, produção agrícola e até mesmo para os recursos hídricos.

Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, onde estes setores são mais frágeis, um evento climático pode aumentar ainda mais os custos com a saúde pública, infraestrutura, agricultura e outros.

No setor agrícola, os desastres naturais, como as secas, inundações, furacões e terremotos, têm impactos significativos, já que podem destruir as plantações, danificar estruturas e diminuir a disponibilidade de água e recursos essenciais para o cultivo. Por exemplo, as secas reduzem a água para irrigação, enquanto as inundações podem alagar as áreas de plantação, afetando as colheitas. Além disso, pode ocorrer uma erosão do solo, que tende a se tornar infértil e, consequentemente, resultar em perdas financeiras para os agricultores, gerando uma insegurança alimentar e o aumento de preços dos alimentos. Portanto, a resiliência agrícola depende das ações preventivas e das adaptações perante estas calamidades.

Com relação à água, os desastres naturais podem contaminar as fontes de água potável com os poluentes, comprometendo a qualidade da água, além de danificar infraestruturas hídricas, como represas e sistemas de distribuição, resultando em interrupções no abastecimento. Além disso, ciclones podem criar um ciclo de escassez e contaminação que afeta diretamente as populações e os ecossistemas. As secas prolongadas também reduzem o nível dos aquíferos e rios, limitando a disponibilidade de água para o consumo.

Com relação à saúde, diante destes problemas climáticos, é notável o aumento de doenças infecciosas como dengue e leptospirose, além daquelas causadas pelo ar, como bronquites e pneumonias, por exemplo. O resultado disso é a sobrecarga do sistema de saúde, especialmente o público, por conta do aumento do número de pacientes, medicamentos e até mesmo internações. A saúde mental também é afetada, pois diante destas situações, muitas pessoas têm de lidar com o trauma e ansiedade em decorrência de desastres naturais.

Sendo assim, para superar estes desafios, as organizações, juntamente com o governo devem se unir para implementar políticas e projetos seguros e eficazes para conscientizar a população sobre a importância de preservar e cuidar do meio ambiente para evitar estes fenômenos naturais tão frequentes e avassaladores.

Para serem eficazes, estes projetos devem garantir a resiliência das comunidades, como a construção de infraestruturas sustentáveis, o investimento em tecnologias agronômicas mais resistentes e a proteção de ecossistemas naturais.

Neste cenário, também é essencial investir em orientações sobre as mudanças climáticas e os impactos, capacitando a população a tomar decisões certas para desenvolverem a própria resiliência.

Gostaria de ressaltar que, embora pareça simples, o desafio dos riscos climáticos é algo extenso, que transcende as fronteiras e precisa de uma abordagem colaborativa. Sendo assim, é importante haver mais acordos internacionais para a organização e monitoramento dos esforços globais.  Esta implementação deve ser acompanhada de compromissos concretos e ações significativas por parte de todos os países, especialmente os que mais se utilizam dos recursos naturais.

Portanto, os riscos climáticos representam não apenas um desafio ambiental, mas uma questão de justiça social, econômica e de segurança global. A urgência em resolver este assunto não pode ser descartada, pois o futuro depende das nossas ações atuais.  Sem dúvidas, por meio da determinação e união, podemos construir um mundo mais justo e seguro.

Sobre o autor

Edmilson Gama é especialista em Governança Corporativa e Compliance, advogado, engenheiro e mestre em economia. Possui livros publicados em finanças empresariais e governança corporativa, e atualmente atua como CFO do BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.

By Natasha Figueredo

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