Suspeito de vender e não entregar produtos através de loja virtual é réu em ação que desviou R$ 30 mi

Anderson Boneti é acusado de desviar dinheiro de metalúrgica e lavar a quantia em operações de criptomoedas em 2020. Defesa afirma que réu foi vítima de hacker. Homem era sócio de Nego Di em loja virtual e também foi preso por estelionato.

Anderson Boneti, sócio do influenciador Nego Di que foi preso por vender e não entregar produtos através de uma loja virtual na segunda-feira (22), é réu em uma outra ação, por desvio de R$ 30 milhões de uma empresa. O caso não tem relação com o processo de estelionato pelo qual Boneti e Nego Di são réus desde junho de 2024.

De acordo com a denúncia feita em 2021 Ministério Público (MP), Boneti e outros sete réus lesaram a Metalúrgica Gerdau em R$ 30 milhões após burlarem o sistema de segurança digital do Banco Santander. A acusação diz que o dinheiro desviado seria lavado em forma de criptomoedas (entenda, abaixo, como funcionava o esquema, segundo o MP).

O advogado Julio Cezar Coitinho Júnior, que representa Boneti nesta ação, afirma que seu cliente e outras pessoas operavam com criptomoedas, mas que teriam sido vítimas de um hacker responsável pelo desvio do dinheiro da metalúrgica.

“Foi feita a venda de bitcoins, que era uma operação rotineira da empresa [de Boneti]. Nessa venda de bitcoins, posteriormente eles vieram a saber que havia sido hackeado esse dinheiro. Entendo que os meus clientes, nesse caso específico, foram vítimas e não tiveram qualquer participação”, diz.
O advogado não representa o acusado no caso em que Boneti e Nego Di são réus por estelionato. Procurados, o Santander e a Gerdau não quiseram comentar o caso.

“Dos R$ 30.000.000,00 subtraídos, o Banco Santander (Brasil) S/A não recuperou R$ 13.734.720,12”, afirma a denúncia.

Entenda o caso
Em abril de 2020, Boneti e outras sete pessoas teriam desviado R$ 30 milhões de uma conta da Metalúrgica Gerdau no Banco Santander. Segundo o MP, o grupo invadiu a conta bancária da empresa pela internet e distribuiu o valor para outras seis empresas laranjas.

“Exerciam o comando operacional da organização criminosa, além de serem os destinatários diretos e indiretos da maior parte dos valores identificados como subtraídos das contas”, diz um trecho da denúncia.
Ao todo, foram feitas 11 transferências eletrônicas, com valores entre R$ 1 milhão e R$ 4,5 milhões, para contas de empresas localizadas em Porto Alegre, Cachoeirinha, São Paulo (SP) e Porto Velho (RO), sustenta a acusação.

A promotoria ainda sustenta que Boneti também atuava na conversão dos valores em criptomoedas. A lavagem de dinheiro tinha como objetivo, conforme o MP, “dificultar a determinação da origem, movimentação e localização das quantias de forma ilícita por eles e pelos comparsas”.

Em abril de 2021, a Justiça aceitou a denúncia e transformou, em réus, oito acusados de envolvimento no esquema. Entre os denunciados, está ex-jogador de futebol Anderson, que atuou em Grêmio e Internacional. O advogado Julio Cezar Coitinho Júnior também representa o atleta, e afirma que “Anderson Oliveira é completamente inocente e alheio a isso, até porque ele era o sócio financiador da empresa”.

Atualmente, o processo está em fase de instrução, etapa na qual são produzidas as provas e efetuadas as apurações necessárias para solucionar dúvidas do caso. Uma audiência está prevista para ocorrer em setembro.

 

By Natasha Figueredo

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