O Banrisul lucrou 495 milhões de reais entre janeiro e setembro, cerca de metade do registrado no mesmo período em 2019

Estatal ressaltou atuação em segmentos como o crédito à pessoa física. (Foto: Claudio Fachel/ Arquivo Palácio Piratini)

Um relatório oficial divulgado nesta terça-feira (10) pelo governo gaúcho ressalta um lucro líquido de R$ 495,1 milhões obtido pelo Banrisul entre janeiro e setembro, 46% a menos que nos primeiros nove meses de 2019. O resultado foi atribuído à combinação de fatores como redução da margem financeira, aumento das despesas com perdas de crédito, baixa nas receitas de tarifas e redução dos gastos administrativos.

O patrimônio líquido atingiu R$ 8,4 bilhões em setembro de 2020, aumento de R$ 620 milhões ou 8% em 12 meses. Já os ativos totais apresentaram saldo de R$ 90,2 bilhões em setembro de 2020, com crescimento de 11,8% em relação ao registrado em setembro de 2019, ampliação proveniente, especialmente, do crescimento na captação de depósitos.

Em setembro, os recursos captados e administrados alcançaram saldo de R$ 78,5 bilhões, um incremento de R$ 8,4 bilhões ou 12% em relação ao mesmo mês de 2019, compostos, principalmente, por depósitos a prazo, de poupança e à vista.

A carteira de crédito da estatal registrou saldo de R$ 36,3 bilhões no nono mês do ano, com expansão de R$ 1,6 bilhão – ou 4,6% nos 12 meses. “O resultado decorre, especialmente, da carteira comercial, que registrou saldo de R$ 27,5 bilhões, aumento de R$ 1,1 bilhão ou 4,3% em um ano”, destacou o Palácio Piratini em www.estado.rs.gov.br.

“Neste período de enfrentamento da crise da pandemia, o Banrisul, como banco público, tem um importante papel na oferta de crédito para pessoa física, principalmente empréstimos consignados, e para microempreendedores individuais e microempresários”, acrescentou.

Refletindo a estratégia de negócios da instituição, o crédito comercial à pessoa física apresentou crescimento de R$ 906,7 milhões ou 4,4% nos 12 meses, alcançando R$ 21,4 bilhões em setembro de 2020. A evolução foi influenciada especialmente pelo crescimento do saldo das operações de crédito consignado, que alcançaram o montante de R$16,9 bilhões em setembro de 2020, aumento de 8,7% em 12 meses.

As linhas de crédito no âmbito do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), Peac (Programa Emergencial de Acesso ao Crédito) e Pese (Programa Emergencial de Suporte a Empregos) registraram a concessão de R$ 1,3 bilhão em recursos para 22 mil contratos, dando suporte aos pequenos e médios negócios.

Essas linhas contam com garantia parcial do governo federal e condições financeiras mais favoráveis para os tomadores, tendo sido muito importantes para a continuidade dos negócios dos clientes durante a crise da pandemia.

O banco ainda promoveu a prorrogação dos vencimentos de dívidas de operações de crédito já existentes, desenvolvendo portfólio de produtos voltados ao reparcelamento das dívidas de curto prazo, que vigoraram até julho de 2020. As principais modalidades foram Crédito Consignado, Crédito Geral, Imobiliário (PF e PJ Plano Empresário), Agronegócio e Desenvolvimento.

“Destaca-se que, do montante de parcelas suspensas desde o início da pandemia, já ocorreu a amortização de aproximadamente R$ 162 milhões e, no encerramento do terceiro trimestre, o índice de inadimplência desta carteira totalizou 1,6%”, prosseguiu o informe, finalizando:

“Em relação à sustentabilidade, a linha de crédito específica para financiar a aquisição de equipamentos de energia solar e eólica vem superando as expectativas, com incremento de 388% nos últimos 12 meses, atingindo uma carteira de R$ 135 milhões, distribuídos em cerca de 3 mil contratos”.

(Marcello Campos)

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By Natasha Figueredo

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